O nosso conterrâneo e amigo Sérgio de Oliveira, vai editar um novo álbum, em conjunto com Thorsten Rath, previsto para os finais de 2010, que se chamará “Tatuagem do destino”.
Já vi o vídeo de promoção no Youtube e gostei, pelo que passo a partilhar com todos vós.
Ao Sérgio de Oliveira, TOZIBLOG deseja de felicidades para o seu novo projecto.
Trecho do novo trabalho de Sérgio de Oliveira e Thorsten Rath para o Album "Tatuagem do Destino" de Alma Real. Este trabalho está previsto para finais de 2010.
Encontrei no arquivo do site do jornal o Mirante este artigo, datado do dia 03-06-2004, que não posso de deixar de o partilhar.
O artigo tem o nome deste Post, e fala de histórias do Pego, dos seus habitantes e da alma Pegacha.
Pego, terra de gente unida em torno das lendas e tradições
Histórias de mouras encantadas e de lobisomens, feitiços e magias fazem parte do imaginário colectivo do Pego. Uma aldeia nascida num planalto árido na margem esquerda do Tejo, no concelho de Abrantes, onde o sentimento de união dos seus habitantes será uma das suas principais características: “Podemos guerrear uns com os outros, mas é cá dentro. Fora da aldeia defendemo-nos todos. Somos pegachos”, dizem. Falam alto e com sotaque bem acentuado, entre o arrastado alentejano e a aspereza da beira interior. Usam vocábulos pouco usuais, que só pelo sentido da frase se consegue decifrar e nem sempre. Esbandejar (sacudir) tapetes ou a roupa na ribeira, esponsar (lavar) o chão com uma esponsona (esfregona), aquecer água numa esculteira (cafeteira) e sentar-se à lareira numa tropeça (cubo de cortiça com um guizo que servia de banco) ou cadela (banco de madeira de três pés) são alguns exemplos entre muitos que no dia-a-dia da aldeia os pegachos continuam a utilizar. Alegres por natureza, tudo lhes servia para um bailarico. Mesmo na Quaresma, tempo de reflexão e contenção, havia bailes, mas nessa altura era ao pé da porta e só com danças de roda. As festas tradicionais nos primeiros e segundo fins-de-semana de Agosto tinham fama nas redondezas. Até aos anos 80 não havia artista na berra que não actuasse no Pego. Depois, opina o presidente da junta, “as câmaras começaram a fazer festas com arraiais populares, em vez de ser com música erudita, e como os orçamentos camarários não dão para tudo as freguesias ficaram prejudicadas. Ainda por cima na câmara os espectáculos são gratuitos e no Pego eram pagos. Cumpre-se a tradição com o Rancho Folclórico do Pego, o fogo preso, fados, o festival de folclore está incluído nas festas, e com um grupo do concelho”. Estas eram as festas pagãs que, em alguns anos, como este, coincidem com a festa religiosa, no dia 15 de Agosto, em honra de Nossa Senhora, embora a padroeira do Pego seja Santa Luzia. A magia e o feitiço misturam-se com a religião. Diz-se na aldeia que a revolta da Maria da Fonte (1846) teve grandes seguidores na aldeia e como não podiam opor-se à proibição de sepultar os mortos na igreja, construíram o templo em cima de um velho cemitério, plantando um freixo junto, árvore que, segundo alguns estudiosos, simboliza a iniciação à bruxaria. O certo é que quando o velho freixo secou, a junta de freguesia plantou um novo no seu lugar. “O freixo velho secou porque lhe rebentaram as raízes quando arranjaram a calçada. E este, se não fosse eu, já tinha secado também”, diz o Ti Pedro, para quem a árvore tem um significado mais particular. Era debaixo do freixo que ele guardava a carroça e a mula. Isso foi noutro tempo, mas o Ti Pedro, com os seus 82 anos continua a manter, agora com a ajuda do filho, a taberna que herdou do pai e que tem tantos anos como ele próprio. E às quartas-feiras é sabido que a casa enche. Esta e muitas outras, porque a restauração é uma das principais fontes de rendimento dos pegachos. Terra de tradição de bem comer e bem beber, o bucho do Pego é a imagem de marca da terra. Dantes era ao sábado, depois veio a proibição de matar porcos fora do matadouro e o “bucho” passou para a quarta. Tabernas, com ou sem mercearia, eram quase porta sim porta não e em todas elas havia bucho. Os segredos não são para revelar, mas do que se pode saber o “bucho” (estômago do porco e tripas) é cozido na água das morcelas para “ficar com gosto” e servido com rodelas de limão. Vinho tinto e pão completam o petisco. Depois vem o resto, enchidos, febras, costeletas ou entremeadas. Só se serve carne de porco. Tradicionais são também as migas de pão de trigo, cozido no azeite de fritar fatias de toucinho e acrescentadas com a água das batatas. Um “par de migas”, como se diz no Pego, leva batata. A aldeia das casas baixas O nome Pego poderia ter derivado de pelagus que em latim significa poço fundo, mas há uma lenda que envolve uma bela moura que encantou um oficial francês. Muitas histórias se teriam contado nas noites quentes de Verão nos poiais (que os pegachos preferem chamar de piais ou piéis) das casas baixas. Histórias trazidas de outras paragens, porque a terra era pobre e os homens trabalhavam sazonalmente por vários meses, principalmente no Alentejo e na região de Setúbal. Muitos eram carvoeiros, trabalhavam na cortiça ou noutras actividades agrícolas e preparatórias. Mas das casas térreas de paredes brancas e barras azuis ou amarelas já pouco existe. Um plano para preservar a conservação desta arquitectura característica é clamado pelos habitantes do Pego. O plano de urbanização, actualmente em discussão pública, limita a altura das construções, mas não tem qualquer incentivo particular para a recuperação destas habitações. A pia dos burros continua a adornar o jardim da aldeia. Era o bebedouro dos burros e dos noivos na véspera do casamento. Na despedida de solteiro os pegachos tinham de beber água na pia. Havia também o muro da praça, onde novos e velhos se juntavam. O muro foi rebaixado e na pequena praça que contorna foram instalados bancos para descanso dos mais velhos. Porque apesar da construção civil continuar com um certo dinamismo e a escola ter para cima de 60 crianças, a população é cada vez mais idosa. “Temos 40 óbitos por ano e não nascem 40 crianças no Pego”, lamenta o presidente Joaquim Santos.
Na minha busca sobre histórias e lendas sobre a Aldeia do Pego, encontrei na internet este site, “jogo do copo”, onde encontrei algumas histórias sobre bruxas, histórias essas que foram passando os tempos pela sabedoria e contos populares.
As seguintes Histórias foram contadas por Ana Gil Figueira, de 85 anos, habitante do Pego, e recolhidas pela Susana Vinha (Pegacha) em 1991.
“Havia um homem que se chamava Manuel Vicente e vivia nos Negrinhos. Ele trabalhava no Rossio, e como ia de bicicleta costumava descansar pelo caminho e por isso saia muito cedo de casa.
Uma vez, quando chegou à linha do comboio, parou e foi então que ouviu muitas gargalhadas. Prestou mais atenção e viu as bruxas a fazerem um baile, todas numa grande roda. O homem, ao ver aquilo, teve tanto medo que não esperou mais, deu meia volta e voltou para casa.
Quando chegou, meteu-se em casa e fechou a porta. Assim que a porta se fechou, ouviram-se de novo as mesmas gargalhadas. Eram as bruxas a gozarem com ele, rindo-se e batendo as palmas.”
“Em casa do sogro do meu irmão, os filhos eram muito atormentados e o pai desconfiou que eram as bruxas.
Certo dia, encheu um copo com milho-miúdo e pôs atrás da porta. Nessa noite, as bruxas entraram e derrubaram o copo do milho. O homem ouviu o barulho e foi ver o que era. Lá estavam as bruxas a apanhar o milho, pois não podiam sair dali enquanto não apanhassem, um a um, os bagos do milho.
O homem conheceu-as, mas elas disseram que se ele as revelasse a alguém, elas o matariam. Andaram o resto da noite a apanhar o milho, quando se fez dia e se quebrou o “encanto”, as bruxas estavam nuas e o homem teve de as ir levar a casa: Pôs os cabazes no burro elevou-as, uma de um lado e a outra do outro.”
“A minha avó tinha cinco filhos e dormiam todos juntos. Às vezes, durante a noite, chamavam pelo pai e diziam que lhes estavam a puxar o fato. Certa noite o pai levantou-se e, de facto, os filhos não tinham fato nenhum em cima deles. Foi então que o homem ouviu uma grande risada, na sala ao lado, e foi ver o que era. As bruxas lá andavam a cantar e a dançar no meio da “casa-de-fora”, com o fato da cama em cima delas. Quando viram o meu avô, fugiram, largando a roupa.
Isto aconteceu várias vezes.
Nota: Para a Susana Vinha, que elaborou a recolha destas histórias, vai um grande abraço aqui do Pego.
A janela da nossa casa é como um quadro que mostra o mundo exterior à nossa casa.
No entanto quanta vezes já nos apercebemos o quanto o mundo fora da nossa janela poderá mudar?
Hoje em dia, neste mundo dito moderno, passamos o tempo da nossa vida a correr, correr sem parar, que já nem notamos o quanto o mundo à nossa volta poderá mudar, e o quanto ele é belo e interessante. Não paramos para desfrutar do mundo que nos rodeia. Como já ouvi alguém dizer"...passamos ao lado de toda uma vida!"
Eu decidi parar um pouco junto à minha janela. E o que vi foi que a paisagem que eu julgava ser sempre a mesma, vista da minha janela, afinal não o era.
Captei algumas imagens e todas elas têm o seu “estado de espírito”. A moldura do quadro é a mesma (A janela), no entanto a paisagem vai-se alterando.
Em Resume: Pare um pouco, olhe à sua volta… Vai ver que se surpreende!
Irá decorrer no dia 15 de Agosto as festas em honra da Nossa Senhora do Rosário, na Aldeia do Pego.
Festejos de tradição religiosa, iram-se iniciar pelas 17H00 com uma missa na Igreja desta Aldeia, sendo de seguida efectuada uma procissão pelas ruas da Aldeia, na qual é transportada a imagem da nossa senhora do Rosário.
Como já é tradição da Aldeia do Pego, festa sem petiscos e animação, não é festa, por isso não deixe de visitar estes festejos; venha saborear os tradicionais e já famosos petiscos e assistir às actuações musicais que se prolongaram pela noite dentro.
Estudo de Viabilidade da Captura e Armazenamento de CO2 na Central Termoeléctrica do Pego
No dia 8 de Setembro de 2009 a TEJO ENERGIA apresentou formalmente o projecto KTEJO, que tem por objectivo avaliar a possibilidade de aplicação da tecnologia de Captura e Armazenamento de CO2 (vulgarmente designada por CCS – Carbon Capture and Storage) na Central Termoeléctrica do Pego. O projecto KTEJO – Estudo de viabilidade da Captura e Armazenamento de CO2 na Central Termoeléctrica do Pego – será desenvolvido conjuntamente pela Universidade de Évora, Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), TEJO ENERGIA (proprietários da central) e PEGOP (operadores da Central).
O projecto KTEJO pretende estudar a viabilidade de aplicação da Captura e Armazenamento de CO2 em formações geológicas na Central Termoeléctrica do Pego. A Tejo Energia, pretende assim dar resposta às exigências impostas pela União Europeia a nível de emissões de CO2 e aumentar a competitividade da empresa assentando a sua estratégia no desenvolvimento sustentado da actividade.
O projecto KTEJO constitui-se como um Projecto em Co-Promoção ao abrigo do programa QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional. As fontes de financiamento previstas do KTEJO assumem duas modalidades em todas as entidades do consórcio: financiamento próprio dos co-promotores e incentivos do QREN. O período de execução é de 12 meses, e caso se comprove que a aplicação da tecnologia é viável, a Tejo energia pretende avançar para estudos a uma escala piloto.
Nota: Poderá visualizar o folheto do projecto aqui.
No entanto este tipo de tecnologia apresenta vários riscos, que não se poderão ignorar, tal como é descrito no documento de trabalho dos serviços da Comissão Europeia - Documento que acompanha a Proposta de Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à armazenagem geológica de dióxido de carbono - Síntese da avaliação de impacto.
Poderá ainda saber mais sobre o Ciclo do Carbono (CO2) e os seus efeitos na Wikipédia.
Festas de longa tradição na Cultura do Pego, sendo o seu grande embaixador o Rancho Folclórico do Pego, o grupo etnográfico mais antigo em actividade continua do Ribatejo.
Por esse motivo não poderia deixar de aqui prestar a minha homenagem, ao Rancho Folclórico do Pego, que tanto orgulho nos dá!
O Rancho Folclórico do Pego fará a sua actuação no dia 30 de Junho, o 1º dia dos festejos.
Rancho Folclórico do Pego
O Rancho Folclórico do Pego é o principal embaixador itinerante do nome e da cultura Pegacha.
Formado em 1952, inicialmente com seis pares, uns ferrinhos, um saxofone e um acordeão, tinha o nome de "Marchas do Pego" pois, o seu objectivo era o de dançar durante os santos populares, no carnaval, pelos reis, etc.
Em Junho de 1953, pelo apelo de fazer juntar as danças, os cantares e os trajes que eram característicos da época 1900-1920 que se sabia existirem no Pego, mudou de "Marchas do Pego" para "Bailarinos do Pego".
Exibiu-se pela primeira vez como "Bailarinos do Pego" na primeira feira do Ribatejo, hoje também chamada feira nacional de agricultura em Santarém, onde ganhou especial ânimo e, desde então, não parou mais a sua actividade. É em consequência, o mais antigo grupo do Ribatejo com vivência ininterrupta.
Com o aumento dos seus componentes e a criação da Casa do Povo, passou a designar-se "Rancho Folclórico da Casa do Povo do Pego", nome que ainda hoje mantém.
O Rancho Folclórico da Casa do Povo do Pego é, também, membro da Federação Portuguesa de Folclore.
Grupo Infantil
Foi formado em 2003, com o intuito de participar nas comemorações do 50º aniversário do Rancho Folclórico da Casa do Povo do Pego.
É, actualmente, composto por 15 pares com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos. Os trajes são cópias dos originais usados pelas crianças na época 1920-1930.
É bastante requisitado para apresentações em diversos eventos.
As Danças
Mais de vinte números, alguns conhecidos no pego desde sempre, outros trazidos pelos pegachos emigrantes das zonas onde trabalhavam, passando a dança-las na sua terra, de acordo com o seu modo de sentir.
De movimento viril, como todo o folclore ribatejano, podem destacar-se:
Saias do Pego
Antigamente aos domingos e dias de festa era habitual os jovens do Pego juntarem-se no adro da Igreja Paroquial e ensaiarem algumas danças. O despique mais acentuado acontecia quando das "SAIAS" se tratava.
Dançar no adro da igreja paroquial foi hábito que se perdeu, mas o despique das saias contínua, sempre que é motivo de festa e se juntam os pegachos.
Dois Passos
O casamento no Pego, constitui - sempre constituiu - motivo de festa e convívio e a dança não podia nem pode faltar.
Uma das danças que no Pego mais constituía motivo de despique no "saber dançar", nomeadamente pela dança a prémio, era a moda dos "DOIS PASSOS".Outrora dança de muitas festas e bailes, hoje só para demonstração alguns a vão continuando.
Fandango
Uma das danças mais características do Ribatejo é, sem dúvida, o Fandango.
É uma curioso despique entre dois dançarinos que, no Pego, muitas vezes também entre o rapaz e a rapariga.
Cavalinhos
A maneira de estar, a alegria de viver, a forma de ser bem como a forma de vestir, sempre foram características importantes da identidade da gente do Pego. E dessas características muitos foram os motivos transportados para as suas danças e cantares.
Nesta dança dos "CAVALINHOS", dos alamares de prata do traje domingueiro de 1900, ficou o nome, e da alegria de viver, a dança que os pegachos sempre reafirmam.
Fadinho do Zé da Adega
É uma dança reportada à festa da prova do vinho novo, por altura do S. Martinho. Desenvolvida em forte movimento, não deixa de ser curioso verificar que cabe à mulher - a qual normalmente não bebe vinho -, a parte mais violenta da dança. e o homem com a "cabeça às voltas, pelo vinho que bebeu", lá vai acompanhando.
Passo Rodado
Dança bastante movimentada, desenvolve-se em dois ritmos bem distintos. A mudança de ritmo é comandada pela voz do mandador, que entre o grupo de dançarinos faz sobressair a sua voz, o seu sinal.
Verde Gaio
Sendo uma dança comum a grande parte do território nacional, porque defendido com as particularidades e ritmos de cada uma das regiões, é bem um exemplo da riqueza do folclore português.
No Pego continua a ser dançada como os mais antigos transmitiram que se dançava por volta de 1900.
De salientar que esta informação foi retirada do site do Rancho Folclórico do Pego, local onde poderá saber ainda mais sobre este a história deste Grupo etnográfico.