domingo, 22 de maio de 2011

ARTESANATO ” PEGACHO” – TRABALHOS EM MADEIRA E CORTIÇA

No Pego - Aldeia das Casas Baixas sempre houve quem se destacasse mais nas artes manuais, realizando trabalhos de artesanato de uma riqueza e beleza fora do comum.
Noutros tempos passados, onde a pobreza era “estado do povo”estes artesões eram solicitados para produzir os mais diversos artigos para que o povo se “desenrascasse” nas suas lides diárias. Estes produziam desde calçado, vestuário, ferramentas de trabalho, entre muitos outros.

Hoje em dia, estes artesãos, trabalham apenas como passatempo ou para manter um pequeno negócio de venda de artesanato.

O artesão que hoje vos falo, é Gabriel Jacinto Serrano, de 75 anos de idade, Natural da Freguesia do Pego e morador no “fund´aldeia”, que produz peças de artesanato apenas para manter um passatempo que o faz recordar outros tempos. Não faz negócio das suas peças, guardando para si os trabalhos que vai produzindo, apenas cedendo ou construindo algumas a pedido.
Os seus trabalhos são efectuados sobretudo com madeira e cortiça, alguns em miniatura, representado objectos e ferramentas que em tempo eram bastante utilizados pelos “pegachos”. Outros objectos são fruto da sua imaginação com são exemplo os chapéus mexicanos!



 A "oficina " do artesão


 Dois candeeiros de teto!


 Estas três fotos representarão um moinho de vento, que que está em fase de conclusão, e que após finalizado e a funcionar fará "dançar o Rancho folclórico" ali representado.

 Uma pequena balança, elaborada toda em madeira e que executa a sua função na perfeição.
 Para os adeptos do Benfica, um boné em cortiça.
 Cesta em madeira.


 Cadeiras em miniatura, com "verga" e respectiva mesa.
 Um "cocho" para beber água, muito tradicional para estes lados.
 Uma "soca" em madeira.


 As tradicionais "tropeças em cortiça", que eram muito utilizadas por estes lados.
 Miniaturas dos talheres feitos e madeiras bem como o prato!
 A tradicional cesta, onde os trabalhadores rurais e os carvoeiros, transportavam o seu "farnel".



Vários instrumentos musicais em fase de construção!


 Dois chapéus mexicanos imaginados pelo artesão, construídos em cortiça.

 Dois tipos de chapéus construídos em cortiça!

 O artesão Gabriel Jacinto Serrano de 75 anos de idade.

Em conversa com o artesão sobre os seus trabalhos, nota-se na sua voz o orgulho pelos seus trabalhos, bem como a intenção de continuar a construir mais alguns, “até que as forças e a saúde o permitam”! É na realidade uma forma de se manter ocupado no seu dia-a-dia, afastando-se deste modo da rotina diária da “velhice”!

sábado, 21 de maio de 2011

Participação na Prova de BTT "Os Branquinhos do Pedal"


No passado dia 15 de Maio de 2011 decorreu em Abrantes, no Parque de S. Lourenço, a 2º Maratona de BTT organizada pela Equipa “Os Branquinhos do Pedal”!

A prova que teve mais de 200 participantes e teve o seu inicio por volta da 09h00 num belo dia de sol. A organização da prova primou pela boa escolha do local de concentração, pelo percurso seleccionado, com belas paisagens, “single tracks” que exigiam alguma perícia e cuidado, mas que são do meu agrado pessoal, e ainda a colocação de vários elementos da organização em vários pontos do percurso no apoio dos participantes.
Apenas um ponto mais negativo a apontar foi que o percurso dos 30 km, que eu percorri, “esticaram” até muito perto dos 40Km. Um ponto para “corrigir” para a próxima maratona!

 Pr3eparação para o inicio da prova que se arrancou pelas 09H00.


 No inicio da prova, o percurso era bastante propicio a maiores velocidades, com "estradões" a convidarem a pedalar!
 Saudação ao fotografo.
 A zona de abastecimento estava colocada no ponto exacto, com "mantimentos QB" para refrescar as energias  os atletas!
 Os "single Tracks" eram algo sinuosos e necessitavam alguma perícia dos participantes, mas são do meu agrado!
 As estradas rurais foram dando uma maior beleza ao percurso.


 A poucos quilómetros doa meta... um auto-retrato, para uma missão cumprida!

 No final da prova foi bastante agradável o convívio entre os participantes.

Em resumo final: A II maratona organizada pelo "Branquinhos do Pedal", primou por uma boa organização e um bom convivio entre os participantes, sendo uma prova a colocar nas participações para 2012.

Fotografias: Sérgio Vicente, ABTFoto, Branquinhos do Pedal.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

1º Aniversário de “TOZIBLOG”


Hoje comemora-se o 1º Aniversário deste Blog, que teve o seu inicio á um ano atrás, por mera carolice e passatempo.

Hoje “Toziblog” já conta com mais de 85 artigos publicados na sua página principal, entre outros nas outras páginas, inúmeras fotografias de variados temas, 7 páginas disponíveis ao visitante, informações de interesse público e lúdico, e uma vasta informação sobre a Aldeia do Pego.

“Toziblog” já conta com 17192 visitantes (na altura da publicação deste artigo), o que perfaz uma média mensal de cerca de 1433 visitantes.

Agradeço a todos os visitantes a preferência e atenção que foi dada a este meu Blog, esperando deste modo que continue a merece-la, elaborando e publicando artigos que sejam do vosso inteiro agrado.

Mais uma vez um obrigado a todos.
Sérgio Vicente

terça-feira, 10 de maio de 2011

Passeio BTT por terras do Alentejo

 MONTEJUNTOS 2011

 
No passado dia 07 de Maio desloquei-me a Monte Juntos, Alandroal, na companhia de alguns amigos, para participar num passeio de BTT.
O dia da prova estava integrado nas festas em honra da Nª Sr.ª da Conceição, pelo que á nossa chegada, depara-mo-nos com várias pessoas a espalhar rosmaninho pelas ruas desta localidade.
Neste Passeio de BTT, o que menos interessou foi a classificação individual, mas sim, o descobrir as belas paisagens desta região de Portugal, agora complementada com a albufeira da barragem de Alqueva. A paisagem natural, o bom ambiente, boa companhia, o bom acolhimento das pessoas fizeram deste encontro, um dia muito bem passado.
Este passeio foi também aproveitado para apresentar-mos o nosso novo equipamento, da equipa “Zona 55 Bike Team”.



A organização deste evento esteve impecável em todos os aspectos; escolha dos trilhos com belas paisagens, boas marcações, apoio aos atletas sempre presente, e para terminar um óptimo almoço convívio.

Inicio do passeio.


Valério Sempre pronto para a Fotografia
Valério em "dificuldades"...
... e a mostrar a sua arte fotográfica!

 A organização sempre presente no apoio dos participantes!

 A paisagem alentejana e a sua "vastidão"!

 A "nova" paisagem alentejana, com a albufeira de Alqueva.


Uma novidade deste evento foi o concurso de Fotografia que a organização incluiu no passeio.

Video




domingo, 24 de abril de 2011

Memorias Paroquiais – “Censos” da Aldeia do Pego datado de 1758

Arquivo Nacional Torre do Tombo

Ao pesquisar o Arquivo Nacional da Torre do Tombo encontrei um documento, denominado Memórias paroquiais, vol. 28, nº 110, p. 717 a 722, o qual descreve como era a Aldeia do Pego, com bastante pormenor, tanto a nível populacional e social, como a nível geográfico.
Os documentos fazem referência a muitos dos aspectos da vida da aldeia do Pego no século XVIII, pelo que, por curiosidade, passo enumerar alguns desses aspectos:


A ALDEIA DO PEGO EM 1758

A POPULAÇÃO
Nesta data a População do Pego era constituída por  “360 almas a saber confissão e comunhão…” e “76 a saber de confissão apenas…” perfazendo um total de 436 habitantes.

GEOGRAFIA DA ALDEIA DO PEGO
Alem do “centro da Aldeia”, fazem parte do Pego o Vale de Figueira, Os Tendeiros, a Macheira, Casal dos Negrinhos, Casal da Torre, Quinta de Coalhos, Casal do Duque, Casalinhos, Casal do Nateiro, Lagar Velho e Vargem das Fontes, “…e vem assim a ter esta freguezia hum lugar, e doze cazais.*”
*(texto em português do século XVIII)
RELIGIÃO
A padroeira da freguesia é a Santa Luzia, e a procissão (cortejo) realizava-se uma vez por ano, mas como o Pego não teria o seu próprio vigário, esta era feita alternadamente pelos vigários de S. Vicente e S. João.

JUSTIÇA
A esta freguesia estava atribuído um vigário geral, que nesta época seria o Doutor João Barata Sousa, Comissário do Santo Oficio, nomeado pelo bispo da Guarda, Bernardo António de Mello Ozório.
“…no temporal, e forence o governa o juis de fora que aprezenta a Excelentissima Donatária, e por um ouvidor corregedor que tãobem aprezenta a Excelentissima Donatária, e por hum ouvidor corregedor della o de Thomar e provedor he o da Comarca de Thomar, nesta freguezia só há hum offiçial chamado juis espadano pêra fazer notificaçõns, e dar parte dos acontoçimentos a justiça.” *
*(texto em português do século XVIII)



O CORREIO
O correio vinha da Vila de Abrantes, que “…dista deste lugar meia legoa…*”, e chegava às quintas-feiras e partia às segundas, todas as semanas.

AGRICULTURA E PESCA

Referem estes documentos que na Aldeia do Pego, que a agricultura do pego era baseada na produção de trigo, milho, centeio e feijão preto, havendo também a criação de algum gado. Também refere que o rio Tejo “tinha todo o tipo de peixe de água doce”, sendo de salientar a apanha do sável, da lampreia, muge, sabogas, “sermons”, barbos, bogas e carpas entre outros.
Neste altura “…as pescarias são livres, e só pagão dizima, e redizima.”. existiam no entanto “pesqueiras”  para a pesca do sável, lampreia e sabogas onde “… só podem nellas pescar com redes dentro de bateis os senhorios dellas*…”!
*(texto em português do século XVIII)




VIRTUDES DAS ÁGUAS DO TEJO (SEC. XVIII)
“Dizem que as agoas façilitão a sugestão, e que são bons os banhos delle no verão.”*
*(texto em português do século XVIII)

MOINHOS E LAGARES
Existem referências para a existência de um moinho e um lagar “ambos só com uma pedra de moer” na ribeira de coalhos, que pertenciam a João Gomes de Sousa, morador na Vila de Ponte de Sôr, acima destes, na parte poente , existia outro lagar que moía apenas azeitona e pertencia a José Cabral, senhor que pertencia às cortes de Lisboa. Estes proprietários pagavam por ano cerca de seis mil Reis ao Duque de Lafões, senhor das terras circundantes da Aldeia do Pego, “pela passagem das águas”.
Existia ainda um outro lagar no lugar da Calça Torta, propriedade da viúva de Manuel Saldanha, natural de Cascais.
A ribeira de Coalhos, também é referida neste documento, como sendo um curso de água que tem a sua nascente em S. facundo, e desagua no rio Tejo no Pego ”…no sitio do nateiro…”, mas que “…seca quase todos os verões!” 


A MONARQUIA / O SENHORIO
Existem várias referências ao Duque de Lafões, como sendo o senhorio da maior parte das terras da Aldeia do Pego.



DISTÂNCIAS GEOGRÁFICAS
O autor deste documento afirma que o Pego, naquela época, dista de “meia légua” da “Vila de Abrantes”, de “trinta léguas” da Cidade da Guarda e “Vinte cinco léguas” da Cidade de Lisboa.

O TERREMOTO DE 1755
Neste documento é referido quais os “danos” provocados por este famoso terramoto na Aldeia do Pego, como já havia publicado anteriormente um artigo sobre estes factos neste Blog.


Á DESCOBERTA DOS DOCUMENTOS
Existem mais factos bastantes interessantes, sobre a Aldeia do Pego, contidos neste documentos, os quais publique aqui o seu “link”, para que possa os possa também analisar.


REVISTA “ZAHARA”
Estes textos foram traduzidos/publicados na revista “Zahara” (Novembro de 2006), publicação do Centro de Estudos de História Local – Palha de Abrantes, revista essa que poderá consultar na BIBLIOTECA DO PEGO.

“E não há em esta freguesia outra alguma coisa de que possa dar noticia mais de que o que desta consta”
Pego, 28 de Abril de 1758 
O Cura Manoel Rodrigues de Oliveira

(Fonte: Arquivo Nacional da Torre do Tombo)
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