domingo, 22 de agosto de 2010

Lendas e Histórias da Aldeia do Pego (cont.)


Na minha busca sobre histórias e lendas sobre a Aldeia do Pego, encontrei na internet este site, “jogo do copo”, onde encontrei algumas histórias sobre bruxas, histórias essas que foram passando os tempos pela sabedoria e contos populares.
As seguintes Histórias foram contadas por Ana Gil Figueira, de 85 anos, habitante do Pego, e recolhidas pela Susana Vinha (Pegacha) em 1991.

“Havia um homem que se chamava Manuel Vicente e vivia nos Negrinhos. Ele trabalhava no Rossio, e como ia de bicicleta costumava descansar pelo caminho e por isso saia muito cedo de casa.
Uma vez, quando chegou à linha do comboio, parou e foi então que ouviu muitas gargalhadas. Prestou mais atenção e viu as bruxas a fazerem um baile, todas numa grande roda. O homem, ao ver aquilo, teve tanto medo que não esperou mais, deu meia volta e voltou para casa.
Quando chegou, meteu-se em casa e fechou a porta. Assim que a porta se fechou, ouviram-se de novo as mesmas gargalhadas. Eram as bruxas a gozarem com ele, rindo-se e batendo as palmas.”
“Em casa do sogro do meu irmão, os filhos eram muito atormentados e o pai desconfiou que eram as bruxas.
Certo dia, encheu um copo com milho-miúdo e pôs atrás da porta. Nessa noite, as bruxas entraram e derrubaram o copo do milho. O homem ouviu o barulho e foi ver o que era. Lá estavam as bruxas a apanhar o milho, pois não podiam sair dali enquanto não apanhassem, um a um, os bagos do milho.
O homem conheceu-as, mas elas disseram que se ele as revelasse a alguém, elas o matariam. Andaram o resto da noite a apanhar o milho, quando se fez dia e se quebrou o “encanto”, as bruxas estavam nuas e o homem teve de as ir levar a casa: Pôs os cabazes no burro elevou-as, uma de um lado e a outra do outro.”
“A minha avó tinha cinco filhos e dormiam todos juntos. Às vezes, durante a noite, chamavam pelo pai e diziam que lhes estavam a puxar o fato. Certa noite o pai levantou-se e, de facto, os filhos não tinham fato nenhum em cima deles. Foi então que o homem ouviu uma grande risada, na sala ao lado, e foi ver o que era. As bruxas lá andavam a cantar e a dançar no meio da “casa-de-fora”, com o fato da cama em cima delas. Quando viram o meu avô, fugiram, largando a roupa.
Isto aconteceu várias vezes.



Nota: Para a Susana Vinha, que elaborou a recolha destas histórias, vai um grande abraço aqui do Pego.

4 comentários:

Unknown disse...

LOOL Onde foste tu desencantar isto rapaz, tu és um fura bolos!!!
Pena esta Grande Senhora Ana Figueira(minha vizinha) já não estar entre nós, era uma contadora de histórias interessantes, estas e muitas mais que não publiquei neste trabalho de recolha de histórias do fantástico da nossa aldeia do Pego.
Para ti também um beijinho e já agora obrigada!!
Já fizeste alguém feliz hj... :))

Sérgio Vicente disse...

Um grande beijinho também para ti!
Cá aos poucos vou descobrindo a nossa história... com a ajuda de muitos!
Um grande abraço

Mafalda S. disse...

Muito interessante, mesmo!

Um outro local onde podes encontrar lendas da aldeia do Pego (entre outras) é no livro da Isilda Jana "Histórias à Lareira".

Sérgio Vicente disse...

Obrigado Mafalda.
Vou à biblioteca do Pego ou Abrantes para ver se o encontro!

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