MAIS UM PEDAÇO DA NOSSA HISTÓRIA.
Na pesquisa de mais "pedaços"
da história da Aldeia das Casas Baixas e dos seus habitantes, OS Pegachos(as), encontrei
na página da net, que conta a historia da freguesia da Povoa de Santa Iria
(Vila Franca de Xira), mais um "miguelho" histórico, que refere que
eram as Pegachas "... quem engrossa a fiadas de rurais que se perfilam na Borda-d'água,
em tarefas menos árduas que as dos longínquos assalariados do campo.."
É um pedaço da história das
"Mondas", em que as mulheres e homens do Pego, calcorrearam esse Pais
fora, deixando sempre a sua marca por onde passavam. Pois os Pegachos e as
Pegachas, alegres por natureza, tudo lhes servia
para um bailarico!
O texto que se segue
é um excerto de um artigo publicado na página "aragemobrigatoria.com", sobre a
historia da Povoa de Santa Iria (Vila
Franca de Xira), e onde poderá ler mais sobre esta freguesia.
A MONDA (foto de "ribeirademuge.blogspot.pt") |
"CARAMELES E PÉGACHAS"
"Provinham os, Caramelos ou Carmelos do Baixo
Mondego e igualmente encorpavam multidões de camponeses que, em certas épocas,
se deslocavam para a região tejana ou sadina, de economia parelha à sua, e de
iguais planos pantanosos.
No tempo actual, são as Pegachas, mulheres que vêm do
Pego. Na zona abrantina, e alguns Avieiros, quem engrossa a fiadas de rurais
que se perfilam na Borda-d'água, em tarefas menos árduas que as dos longínquos
assalariados do campo.
Dentre muitos outros, aqui se evocam especialmente os
desaparecidos semeador. Mondadeira de arroz, ceifeiro, valador. Deles,
desfigurado embora, persiste somente o maioral.
Semear a lanço. Eis um gesto humano, com o papel
divino da multidão dos pães.
Saias puxadas acima, em talhe calças, e seguras com
cinta, canos nos pernas, descalças, manguitos nos braços e grandes chapéus de
palha na cabeça, por sobre o lenço soqueixado, afundavam-se as mulheres
no lodaçal do canteiro, arrancando e replantando arroz, mondando-o, ceifando-o,
depois, de terem esboroado os cambalhões da terra e moldado. os
muros.
Formigavam-lhes as pernas, gretavam-lhes as mãos,
ferroadas umas e outras pelos insectos e aracnídeos raivosos ou pelas ervas
mais espinhosas.
O protocolo da arte de ceifar quaIquer seara
ensina-o Redol no seguinte texto:
"Agarra uns tantos pés de trigo com a mão
esquerda, fá-los pender para ti, a .foice não muito, agora move a foice
com gana sem dar pancada, assim mesmo, e não te importes que o pulso se abra e
o braço todo pareça uma linha de dor que te vá arrancar o ombro, porque,
entretanto, quase sem tu saberes como, já está uma paveia ao teu lado, e outra
e outra - toda a resteva estará juncada de paveias que tu e os teus camaradas
ceifaram."
Valadores enroupados nas suas capas e grevas de pano
oleado, com a pá afeiçoada a fender a lama e a sustentá-la até ser atirada para
cima do vaIado. Os valadores eram sempre homens da terra, porque aquela tarefa
não era para qualquer um. Em tempos, existiu na Castanheira uma industria
artesanal de pás de vaIar.
Os valadores da Lezíria haviam antigamente usado de
privilégios especiais, por terem uma acção fulcral na protecção de pessoas e
bens contra as inundações."
(in:
http://paragemobrigatoria.com/ficheiros/tejo.htm - A historia da Povoa de Santa
Iria)
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