terça-feira, 12 de abril de 2011

Lendas de um Pego Passado


A Galinha com Pintos

Havia um homem que morava num monte próximo do Pego. Esse homem costumava vir até à taberna ao Pego e, por vezes, só regressava a casa já de noite. Uma vez, ao passar num certo sítio, o homem vê uma galinha com pintos atrás. O homem ficou muito admirado, pois como se sabe as galinhas são animais que não andam por aí de noite. Mas o homem continuou o seu caminho sem ligar muito ao sucedido.
Alguns dias depois o homem fez o mesmo caminho, mais ou menos à mesma hora e ao passar no tal sítio viu aproximar-se de novo a galinha com os pintos. O homem corre para a galinha, apanha-a e leva-a para casa. No outro dia, ao romper do dia, levantou-se e dispunha-se a matar a galinha, mas quando ia para espetar a faca, a galinha transformou-se numa mulher, que lhe disse:
— «Quem vai, vai, quem está, está! Agora tens de me ir levar a casa às costas antes que o sol nasça. E se contares isto a alguém, venho aqui todos os dias gozar contigo e fazer-te mal até que morras».
O homem não teve outro remédio senão fazer o que a mulher lhe dizia, mas também nunca mais passou naquele sítio.
Jacinta Coxinha

"Escola" de Bruxas

Uma rapariga «andava a aprender para bruxa». Um dia, quando estava em casa, fez uma reza e transformou-se em mosca. Assim transformada, voou e foi pousar na cantareira. Passados minutos a transformação acabou e a rapariga, vendo-se em cima da cantareira, assustou-se e agarrou-se à primeira coisa que encontrou. Era um prato, que caiu e foi partir-se no chão da casa.
A mãe ao ouvir o barulho veio ver o que se passava e ao ver a filha em cima da cantareira, perguntou-lhe o que fazia ela ali. A rapariga disse então à mãe que andava a «aprender para bruxa» e o que se tinha passado.
A mãe ficou furiosa, ralhou muito com a filha e proibiu-a de voltar a «essas coisas». A rapariga obedeceu, jurando nunca mais «aprender para bruxa».
Ana Gonçalves , 70 anos

Rezas Trocadas

Antigamente, no Pego, havia grandes searas de milho. Quando o milho estava seco, os lavradores convidavam muitas raparigas da aldeia e noite dentro (porque o calor do dia tornava esse trabalho mais difícil), faziam as descamisadas. Os rapazes, muitas vezes, seguiam as raparigas e normalmente o trabalho acabava em baile, cantado e dançado ao luar.
Certa noite, dois rapazes foram atrás das raparigas e a meio do caminho ouviram sinais de uma grande festa. O canto vinha de longe e os rapazes foram-se aproximando. Quando chegaram perto, viram que era um baile de bruxas. Um deles resolveu ir ao pé delas, mas o outro escondeu-se e resolveu assistir à festa do cimo de uma árvore.
Quando o rapaz chegou junto das bruxas, estas ficaram muito admiradas, pois não costumavam ter visitantes, mas depois convidaram-no para dançar. Passado algum tempo uma das bruxas disse ao tal rapaz:
— Daqui a pouco vai chegar o nosso deus. Quando ele chegar tens de beijar-lhe o rabo e, em seguida dizer... «aboa, aboa por baixo de toda a folha».
Pouco tempo depois chegou o deus das bruxas e elas, uma a uma, iam junto dele e beijavam-lhe o traseiro. O rapaz ao ver aquela cena, disse para consigo: «Oh, valha-me Deus! Quem é que há-de beijar tão negro rabo!». E pensando isto foi-se afastando um pouco do terreiro onde estavam as bruxas, com o intuito de fugir dali, e foi então que resolveu dizer: «aboa, aboa por baixo de toda a folha».
As bruxas soltaram todas uma grande gargalhada e disseram em coro: «aboa, aboa por cima de toda a folha». Nisto elevaram-se no ar, juntamente com o seu deus e voaram bem alto, olhando e troçando do pobre rapaz que no seu voo rasteiro ficara preso num grande balseiro.
Jacinta Coxinha


Zé Burreco

No Pego, antigamente, as casas eram pequenas e, por isso, era costume os rapazes solteiros dormirem no palheiro do burro.
Certa noite, um homem ainda novo, deita-se e quando está mesmo a adormecer, ouve vozes que o chamam da rua:
— Ó Zé Burreco!
O homem levanta-se, sai à rua e ouve novamente ao longe:
— Ó Zé Burreco!
O homem vai até ao largo do Senhor dos Aflitos e aí ouve de novo o chamamento, mas já num outro largo. Vai então ao largo da Barroca e aí ouve de novo, ao longe:
— Ó Zé Burreco!
Agora as vozes já vinham do largo do Sobral. O homem, teimoso, continua. Vai ao Sobral e lá as vozes continuam a chamá-lo, sempre ao longe.
De largo em largo, o homem vai até ao Fundo d’Aldeia. Ali acabam as casas, mas as vozes continuavam ao longe, vindas agora do caminho do Tejo.
— Ó Zé Burreco!
O homem parou para pensar. E disse para consigo: «Alto aí quisto são as bruxas a querer-me levar p’ró Tejo!». E, amedrontado, voltou para casa. Deitou-se de novo no palheiro e custou a adormecer.
Mas quem não dormiu foram as bruxas. Zangadas, por não terem conseguido o seu intento, foram até ao palheiro e vingaram-se. Na manhã seguinte, o Zé Burreco acordou com a boca cheia de bonicos.
Ti Florinda Manhosa


Fontes:
www.lendarium.org


domingo, 27 de março de 2011

PROGRAMA KTEJO - UM POTENCIAL DESASTRE ECOLÓGICO ANUNCIADO?

A Central Termoeléctrica do Pego

"UM AVISO DA GREENPEACE"

O Programa KTEJO

Anteriormente já havia escrito um pouco sobre este projecto, que está sendo elaborado pela Central termoeléctrica do Pego, a Universidade de Évora e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia, sobre a Captura e armazenamento de CO2 no subsolo.

Mapa Geológico

No entanto a Greenpeace lança um alerta sobre esta tecnologia afirmando que é uma vã promessa ainda, já que ninguém conseguiu encontrar meios de se capturar, eficientemente, a quantidade de carbono emitido por termoeléctricas a carvão e petróleo, e armazená-la no subsolo para que não aqueça nosso planeta ainda mais. Ainda assim a indústria têm usado o desenvolvimento dessa tecnologia como desculpa para construir mais e mais Centrais eléctricas a carvão, grandes emissoras de dióxido de carbono (CO2).

Mais de 100 ONGs de 20 diferentes países juntaram-se à Greenpeace nas críticas à tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS), exigindo que esta não seja usada como desculpa para a construção de novas centrais eléctricas a carvão. Os governos devem dar prioridade a soluções de energia sustentável.

O próprio governo da Holanda proibiu mais experiencia com esta tecnologia, o CCS, considerando-a duvidosa, cara e perigosa.

O relatório lançado pela Greenpeace, “A Falsa Esperança”, põe o dedo nessa ferida e defende que os governos devam dar prioridade aos investimentos em soluções de energia sustentável para combater a crise climática.


domingo, 20 de março de 2011

As Festas do Pego e a sua História IV

DE 1991 A 1999



Durante a década de 90, marcaram presença nas festas do Pego, como nas dedadas anteriores, nomes sonantes da música portuguesa, tais como Anabela, Quinta do Bill, Badaró, Despe e Siga, José e Ana Malhoa, entre outros.

Na década de noventa, e em conjunto com as festas do Pego, surgiram as tardes de verão, que não eram mais que um incentivo à pratica do desporto, onde eram organizadas provas de atletismo, futebol salão/5, tiro ao alvo, footpaper, e um desporto que está neste momento muito em foco, o BTT.

1991
Artistas: Nova Geração, Lilia Kramer, Anabela.

1992
Artistas: Ilda de Castro, Mário Gil, Fátima Caldeira, Alexandre Calixto

1993
Artistas: Sérgio Wonder, Dany silva, Quinta do Bill, Paulo Bragança.

1994
Artistas: Eduardo Santana, Badaró, “Sopa da Pedra”, João Braza.

1995
Artistas: Laureano, “Maio Moço”, Despe e Siga.



1996
Artistas: Can Can, a escola de Dança de Salão da Sociedade Recreativa Operária de Santarém, Noite de fado – João D´arega, Sofia Cotrim, Sandra Garcês

1997
Artistas: Orquestra Ligeira de Abrantes, Iran Costa, La macina (grupo italiano), Noite de fado – Vítor Manuel, São Costa, Miguel Simples.

1998
Artistas: Orquestra típica de Alcains, Claudisabel, Noite de fado – Vítor Manuel, Teresa Tapadas, Virgílio Quadrio.

Tardes de Verão 98
Tardes de Verão 98 – Atletismo, BTT, Tiro ao Alvo, Footpapper.

1999

Curiosidades: Os lucros das festas de 1989 a 1991 reverteram para a construção da actual sede da Junta de Freguesia e do posto médico, e os lucros das festas de 1996 a 1999 reverteram para a construção da cozinha, Bar, esplanada e restante recinto das festas.
Estes edifícios e restantes melhoramentos, foram posteriormente ajudados a finalizar por verbas dadas por várias empresas ligadas à construção e gestão da Central termoeléctrica do Pego.


Agradecimentos: Desde já agradeço o apoio da Junta de Freguesia do Pego, na pesquisa e disponibilidade para que pudesse fotografar os cartazes aqui apresentados, bem como todo apoio dado até ao momento na elaboração de alguns artigos neste Blog.


"Já que no Pego tivemos que nascer...Somos Pegachos até morrer."





Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...